Você costuma reprimir seu sentimento com medo da dor que vai sentir ao vivenciá-lo?

Saiba que quanto mais você o anestesiar, mais ele vai durar!

Hoje vi num filme a cena de um rapaz que decidiu mexer numa parede muito velha e, ao tirar um pedaço dela, logo veio à tona uma quantidade enorme de baratas.

O proprietário logo desabafou, dizendo: olhe o que aconteceu depois que você mexeu no que estava quieto.

O imóvel precisou ser desocupado e dedetizado.

Esse episódio me fez lembrar que o negacionismo anestesia. E isso acontece quando a nossa vida está aparentemente boa na superfície, mas, no fundo, tem a estrutura totalmente comprometida.

É como um bonito móvel de madeira que, por fora, está firme, mas o interior está ruindo, oco, pelo ataque silencioso dos cupins.

Nos nossos relacionamentos, muitas vezes acontece assim. Nos iludimos tentando tapar o sol com a peneira, sentimos o cheiro da fumaça mas não queremos ver o fogo, amenizamos os fatos e ignoramos os sinais.

Já me disseram que a troca do curativo dói mais do que a queimadura, mas se não tivermos coragem de puxar a gaze, e expor a ferida, quando ela irá sarar?

Quantas pessoas também decidem lançar mão de um tratamento medicamentoso quando a solução só virá com a cirurgia?

E, assim, optamos pela negação dos problemas.

É certo que não devemos mexer em casa de abelhas, a não ser que estejamos prontos e equipados para isso e, quando o fizermos, de lá extrairemos um delicioso mel.

Podemos escolher a dor que iremos suportar, a de enfrentar ou a de encobrir e de não vê -la curar.

Texto de Duda Almeida

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